quarta-feira, 2 de março de 2011

A ARTE DO ESPETÁCULO.

Estou relendo Galeano, A Escola do Mundo às Avessas, e refletindo sobre a sociedade e quais valores ela tem e quais deseja ter.

"Quem não tem não é: quem não tem carro, quem não usa calçado de marca ou perfumes importados, finge existir. Economia de importação, cultura de impostação: no reino da tolice, todos estamos obrigados a embarcar no cruzeiro do consumo, que sulca as agitadas águas do mercado. A maioria dos nave­gantes está condenada ao naufrágio, mas a dívida externa paga, à conta de todos, os bilhetes dos que podem viajar. Os empréstimos, que permitem atafulhar com novas coisas inúteis a maioria consumidora, agem em favor da boa-pinta das nossas classes médias e da mania de copiar das nossas classes altas; e a televisão encarrega-se de transformar em necessidades reais, aos olhos de todos, as procuras artificiais que o Norte do mundo inventa incessantemente e, com êxito, projecta sobre o Sul. (Norte e Sul, diga-se de passagem, são termos que, neste livro, designam a repartição do bolo mundial e nem sempre coincidem com a Geografia.)".

O importante não é ser, é ter. Quem tem é, que não tem, não existe.
Compromisso com a solidariedade e a partilha, é algo sem importância.
Os bonitos se relacionam, os feios se escondem.
A arte da valorização da estética, e não da Alma.
Parecer ter (ou seja, parecer ser rico e bem sucedido) é mais importante do que Ser(gentil, educado, trabalhor) na realidade.
Compaixão, colaboração e defesa dos que mais precisam, não é mérito, nem valorizado.

O importante é o cada um por sí, e a seleção natural que se responsabilize pelos que menos tem.

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